As telas de minha vida assim se encontram:
mãos habituadas a chorar, cheias de feridas,
pontos luminosos nos olhos da negra,
cadeiras vazias,
crianças na roça trabalhando como adultos,
a fome em cada brasileiro,
a chuva que não pinta em Pernambuco,
em nenhuma das cores desse Brasil,
a bílis que irrompe em gosto amargo na boca,
a tempestade que custa a passar no Paraná,
essa enxurrada que tudo leva ao desespero,
a poesia que reside no coração de todo poeta sonhador.