Falar sobre a efemeridade das coisas da vida
Seria imitar o Classicismo mostrando a transitoriedade,
Mas sempre se soube que tudo se transforma nesta corrida
Atrás de sonhos, tesouros, posição, notoriedade.
Nada fica exatamente onde está. Tudo se altera.
Nenhuma palavra pode ser pronunciada de forma idêntica.
Nem mesmo a pedra fica intacta e inteira.
Até a árvore, aos poucos, modifica sua estética.
O sino pode badalar, mas nunca é mesmo seu soar.
Nenhum raio provoca a mesma faísca.
E o passarinho? Nunca é mesmo o seu piar.
Até o fogo a disfarçar se arrisca.
As mutações darwinistas vêm a confirmar
Esta teoria intransigente sobre as constantes modificações.
Cada um de nós também está sempre a mudar
De acordo com a evolução, assumindo eternas transfigurações.