Sem entender a causa da avareza,
Eu reclamava mais. Ela sorria,
Dizendo, grave, em tom de profecia:
“Quem poupa, várias vezes põe a mesa”.
Mas, no dia seguinte, dava dó
Ver o doce coberto de amarelo
— Mofo e bolor sobre a poupança inglória.
Assim como os quitutes da vovó,
Vejo agora que os sonhos que eu protelo
Acabam se estragando na memória.