Aguardava que chegasses
e por isso apaguei as luzes
Quero apenas o brilho
quase selvagem
dos teus olhos nos meus
acendendo muito mais que minha espera
Teu facho vem, me esbraseia e isso só já não me
basta
E porque preciso e quero mais
banhei-me com desejo e desfiz a cama
Displicentemente enfeitei o quarto:
espalhei os teus retratos
no vaso azul tuas flores prediletas
escrevi nas paredes convites delirantes
e no teto desenhei a lua nua
inventando-me como universo novo
convidando teu prazer
No quarto
o som do teu corpo respondendo sim
Como travesseiro meus seios
e todo teu corpo entre meus dedos
De flanco vigio teus passos que deslizam como dança
e ofereço então minha boca pra despertar a tua noite
No chão o vinho e apenas um copo
beberei nele
porque eu serei teu corpo de beber