Os santos caminham eretos e inabaláveis;
os pecadores, trôpegos e vejados
à procura de uma direção;
mas nós, misto de santidade e de pecado,
marchamos ora esguios e firmes,
ora cambaleantes e abatidos,
contagiados pela utopia da perfeição.
Por isso, somos felizes;
com isso, o tempo passa
debochando da nossa ilusão;
nisso, deixamos aos que nos sucedem
nessa luta contagiante,
a marca inconfundível
dos homens que não passam em vão.
Do livro: "Caras passadas", Ed. do autor, 1989, MG