Num montão de ossos, tranqüilo, assentado,
Diógenes as peças examina.
Mostra-se sério, duro, concentrado!
Apenas ossos, assim, raciocina.
Ossos bem brancos e ossos descorados,
talvez de idade, igual à de ruína!
Nem se suspeita de onde são tirados.
Ossos à espera só da voz divina.
E, enquanto, ali, pensava, eu lá não sei,
chega Alexandre, aflito, o grande rei
e, de repente, disparando vai:
— que, aqui, tu buscas, pérola da raça?
Resposta seca, em cima da fumaça:
— busco a caveira de quem foi teu pai!!!
Do livro: "Às margens do Jordão", Ed. O Lutador, 1995, MG