Lágrimas e lágrimas, lágrimas de amor
Transbordam dos meus olhos e depois perdem-se no chão.
São jóias, são tão raras, mas inúteis
no favor
De demonstrar um sentimento, elas não têm essa intenção.
Incrustando o chão de lágrimas, pedaços de brilhantes,
E o caderno de estrasses, aproximações da jóia,
Eu tento ouvir estrelas que ouvia, as mais distantes,
No tempo em que, feliz, não precisava da memória.
E as lágrimas são suas, nominais, intransferíveis,
Fogem da minha tristeza, elas procuram a Alegria.
São pedaços da minha alma, fugidias, irredutíveis,
Resolutas na intenção de encontrar a luz do dia.
Por meus olhos fogem lágrimas cada vez que eu me lembro
Do teu rosto, do teu beijo, do teu jeito de dar tchau,
Lágrimas que lapidaste com carinho naquele tempo.
Fizeste jóias com a beleza e a limpidez de um cristal,
Que pendem dos meus olhos, mancham o papel, me marcam fundo.
Espero ter incrustado no teu peito alguma pedra
Preciosa, não biju, e que lateje sempre junto,
Junto com as batidas do teu coração ateu.
Que te lembre cada vez que eu te amo para sempre
E que eu espero que me beijes novamente os olhos quentes
E que proves novamente do amor que é só teu.