"Um pouquinho de amor!" disse à mulher formosa.
E ela a sorrir lhe deu suas pérolas, sua rosa.
As suas mãos de cetim e o mistério do olhar.
E ele andou como um louco arcanjo da alegria
Com flores matinais na fronte e se sorria
Ao céu de fino azul, ao monte suave, ao mar.
"Um pouquinho de amor, meu povo!" e deu-lhe o povo
As rédeas do seu carro e um verdejante e novo
Campo onde ele a correr fazia a biga voar.
— "Excelência, vós sois decerto um paladino!
Que moço de saber! Quanta audácia! Que tino!
Ë vozes com calor saudavam-no ao passar.
"Um pouquinho de amor!" pediu a alguns amigos
E eles foram correndo a buscar rosa e figos
Leite e nozes, maçãs, sorrisos a lhe dar.
E entre eles se sentia impante e satisfeito
Honrado e tão feliz por se sentir o eleito
Por tanto coração fraterno a palpitar!
Do livro: "Inspirações - I", Senado Federal, 1989, DF