chove no clarão do dia
a escura chuva da noite
chove na escuridão da noite
a clara chuva do dia
e na deprimente calçada
a poça de água da chuva
e perdido
no olhar de um menino
a chuva de mágoas vividas
a calçada insana,
sem vida não sentia
que, cada vez mais
enchia-se de água fria
uma poça de sofrimentos
e naquele peito sofrido do menino
havia uma insistente goteira
eram lágrimas
gotejando dentro dele
asim era a chuva da vida
que insistia dentro do peito
machucando aquela pobre alma perdida