Sinto saudades do dia em que nunca nos encontramos.
Sim, daquele em que não nos vimos pela primeira vez.
Desse em que nunca te tive.
Daquele em que não falastes o que eu quería ouvir.
De nossa primeira noite que jamais houve, quando deixamos de conhecer-nos
biblicamente até o desmaio.
Tenho sede da noite em que nem começamos a beber-nos.
Sinto fome dos momentos em que não estavamos um no outro, devorando-nos
gota a gota.
Podería desenhar com os mínimos detalhes tudo o que não
aconteceu.
O amor que não explodiu, o desejo que não cristalizou.
Todo esse nada que não vivemos tão intensamente separados.
É uma saudade tão grande!
Uma saudade como se nunca tivesse acontecido.
Como este afago que não te mando e que ainda assim nunca chegará
lá