MONTANHA DE MIM
Sangrar todo o meu corpo e atingir
O cume desta íngreme montanha,
Sentindo em cada pedra que me arranha
A dor que às vezes tive que fingir.
Agora ser só eu. Não mais fugir.
E do alto de mim — Glória tamanha —
Não sei se grito ao mundo esta façanha,
Não sei se digo em preces, a tugir.
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Mas passa o meu furor, pois tudo passa...
Sentir sob os meus pés a terra escassa
— A síntese dual em que eu vivo... —
E a montanha que eu fui, fez-se penhasco...
Na queda, de mim mesmo sentir asco,
Por, de novo, de mim, ser recidivo.
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