Como eu queria cantar seriedades.
E com voz forte denunciar,
Fazer acordar indiferentes,
Despertar os "tiradentes",
Levantar bandeiras de utopias.
Hoje não posso denunciar a sociedade.
Esquecida e quase nua,
Vaga minha dor sem idade,
Como os meninos de rua.
Hoje não posso reivindicar humanidade!
Aquele que esmola faminto,
Leva mais dignidade
Que as saudades que sinto.
Hoje não posso protestar a Violência
Nas guerras, que me levaram,
Tentei matar a consciência
Perdi e as marcas ficaram .
Hoje não posso acordar a Indiferença.
A voz fraca e enrouquecida
Ainda chama a ausência
Que povoou minha vida.
Hoje não posso levantar bandeiras.
Sem ideal, ou partido,
Um amor de brincadeira,
Arrasta meu sonho perdido.