Eu tinha cinqüenta anos
e acreditava em gigantes.
Eram vulcões adormecidos
no entardecer dourado
da minha existência.
Um rio de lava
passava pela selva
sorvendo árvores e plantas.
Uma ilha nascia
fechando de vez
o incontrolável furor
desse fio avermelhado
das minhas entranhas.
Conheci um dia esse lugar
sob o azulado
das nuvens de chuva.
Caía a visão lentamente
e as sombras misturadas,
sem mágoas,
como cristais de ferro
floresciam
sob as cinzas dos meus gigantes.