Na sessão de umbanda não durmo
num banco esperando minha mãe.
Ela rodopia, me abraça
um arrepio sem espírito nem luz.
Parece feliz na sua infelicidade de bruxa.
Canta, muda o corpo e a voz,
e nem sabe do abandonadinho.
As velas espiam,
os bancos navegam
o rio calmo e traiçoeiro.
Hinos
mordem meus ouvidos.
Brancos aventais
trazem todas as sombras.