O ATO

Que belo o é
escrever o que salta aos olhos,
o que prende atenção.
Ou o que apenas sai da janela
aberta do inconsciente.
Para assim fluir
as lindas melodias que advirão
das mãos temerosas
a espera da palavra-chave.
Aquela que tenta exprimir,
o que é difícil de discernir.
O labirinto circunspecto,
que só a imaginação pode
se embrenhar.
Como uma lápide de escritos
maia, ou,  inca
pode representar para um ignóbil apenas desenhos,
mas para um expert representa
a perpetuação de uma espécie.
Melindrosa essa arte.
A princípio, complexa.
Com o uso, inexorável.
Capaz de sortilégios inexplicáveis.
Uma sedução feita artificial ou naturalmente,
em doutos, como em leigos.
Um mosaico de palavras.
Aparentemente sem nexo.
Encaixam-se com fluides sem igual.
Sublimes entonações.
Excelsas virtudes.
Magníficos sentimentos.
Ou apenas um simples espectro
de uma realidade imaginária.

Rafel Martins Trombetta
 

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