E eu que vivia tão calmo
Bastou mirar aquela pequena
Face de anjo e pele morena
Como vejo nos meus sonhos
Aquele belo rosto risonho
Para que eu perdesse a razão
E me tremesse o coração
Neste peito tão sozinho
Beber das angústias do amor
Passar as noites em claro
Não há quem não sofra o abalo
De ver emergir no coração
Os primeiros traços de uma paixão
Que devora o corpo e a alma
E, vivente, haja calma
De não morrer do coração
Antes não a ouvesse visto
Mas agora o corpo clama
E o peito reclama
Os carinhos daquela morena
Pois sem o amor daquela pequena
Não poderei mais viver
Antes — morrer
E não preciso que de mim sintam pena