Poderemos, talvez, cantar.
Embora nossas vozes sejam ocas,
E de nossas frias gargantas
Saiam sons indiferentes.
Sentados em volta do violão
Mergulharemos impunes
Em canções que nos passam de raspão.
Sonharemos ser heróis,
Defenderemos fábulas.
Mas, na verdade, nosso desejo
É uma caneca de vinho quente.
E, quem sabe, uma ou duas ilusões
Boiando ao lado da rodela de limão.