Se soubesses, mulher, a dor que sinto
Quando, na inútil busca dos olhares,
Foges de mim, talvez por te guardares
Da fúria que se esconde em meu instinto...
Ah! – se soubesses como sou distinto
Quando te ponho, deusa, em meus altares!
Tu, porém, nos andores, nos andares,
Nem me observas, pensando que te minto.
Mas um dia há de vir, que tanto espero,
Quando descobrirás que fui sincero
E que minha paixão beirou extremos.
Então, vertendo a lágrima que enruga,
Hás de te arrepender de tanta fuga
E do tempo, sem volta, que perdemos.
Solange Rech