Não te preocupes em me decifrar,
sou costurada com a linha da ambigüidade,
vestida de discursos de calar.
Minha bainha não foi feita,
toco em todas as texturas.
Minha cor não foi eleita,
sou camaleão sem cura.
Não procure em mim suas verdades.
Meu verso é repleto de possibilidades,
Não possuo seqüência, não possuo métrica.
Sou cúmplice da dualidade,
rima anacrônica perdida na realidade.
Não te preocupes em me decifrar,
Sou verso de intuição,
Pergunta possível,
tentativa de explicação.