E finalmente deparei-me
diante deste amor que liberta
este grande amor
que supera as angústias,
que com o tempo corre
sem dele ter medo
fluindo dentro de mim
como algo desde sempre existente,
que já não chora o passado
pois o tempo até então perdido
não pesa por já não mais importar,
que se realiza nos pequenos atos
sem necessitar de grandes pompas,
que se alimenta na mulher amada
na certeza de que sempre
nela há de encontrar sua resposta,
que no encontro se basta
pois nada precisa pedir
em que não há o servir
pois o atender é como atender-se,
em que o entender
é o que há de mais fácil
é o amparar sentindo-se amparado,
em que o fazer sua
a lágrima da mulher amada
nada mais é do que viver este amor,
é o poder dormir
nos braços de que se ama
sem que os medos que a noite acompanham
nos venham a perturbar,
é o saber que há de ser sempre
nela que se encontrará o descanso,
é o poder enfim descobrir
que para viver este amor
basta apenas amá-lo.
«
Voltar