O Homem, em ti, transfigurado em mito
face de pedra inscrita na caverna
boca de areia a escorrer, num grito,
o beijo em lava da carícia eterna.
Corpos exatos, mudos no granito
gerando fibras de eclosão interna
dunas galgando a fímbria do infinito
num gesto branco que o perdão externa.
Infiltram conchas no coral das fendas
— luz de embriões no ventre de um casulo
enfeitiçados pelas oferendas.
Pedra-pedra lascada. Um mito exorta
a vigília, imola o sonho nulo
num arabesco vivo em alga morta.