O cérebro
espatifado pela visão
concretiza o impossível
Ferve o sangue
tingindo o gigante lábio
da escabrosa boca
que se abre além
na caverna roxa
que despenca em abismos
Lírios-penhascos, luvas e cones
rimas em série
de espinhosas tramas
muito aquém da vida
retorcendo versos
dos épicos doutores.
Do fôlego contido
evolará o cheiro da alucinação:
a roupagem-casca dos juniperos
acenderá a tocha das conquistas
para que se perpetue em fogo
ou no sonho do explorador
suas fibras esteiras tecidas
se transformem em berços ou túmulos
para o repouso da loucura
Restaura os nervos
a mansidão do amanhecer
a aurora mística
é um novo quadro
de arquitetura movediça
Vamos escutar esses momentos
em câmera lenta
nos bastidores dos penhascos
moldando o esteio da dimensão
na liberdade atingida pela natureza
para que eu possa me sentir humana
quando pisar a minha volta
PS. esqueci-me de dizer adeus
ao último companheiro
que ficou dormindo
adeus