É noite, meu amor, cerra a cortina.
E enquanto há frio e vento lá por fora,
em nossas almas cresce e se ilumina
o eterno ardor que as emoções vigora.
Rubra lareira aquece e se extermina,
em suas próprias lavas se devora;
e os nossos corpos, que a emoção domina,
fundem-se no esplendor da mesma aurora.
Como é doce sentir os nossos beijos
irem morrendo de cansaço, aos poucos,
ao se extinguir a força dos desejos!
E eu não sei onde vibra mais tortura:
se nos ventos uivando como loucos,
ou no espasmo final desta aventura!