Dança meu corpo a valsa real e lenta.
Minha alma, em suas íntimas baladas,
sonha. Luzem meus olhos na tormenta,
quais símbolos de mágoas disfarçadas.
A orquestra, como nave sonolenta,
singra sobre as ribaltas condenadas.
A luz se esvai na maciez cinzenta
das pálpebras e velas apagadas.
Ruge a dor ao conflito das quimeras,
rolando pelas faces em bacante
prazer. Um sol de falsas primaveras,
queima-se o corpo a tremular de vida!
(Alma, por que te afastas neste instante,
da minha alcova de cetim, florida?)