Não mais haverá incêndios
no esconderijo do poeta.
Duelos e lobos serão abstratos
sem punhas caídos
e uivo enlouquecidos.
Os bosques continuarão
frescos e sombrios
guardiães de sua paz.
Não haverá outro Puchkin
nem cavalos de pólvora
galoparão sobre os corpos
de um poeta,
porque, Neruda,
“a poesia é sempre
um ato de paz
e dela nasce
o poeta, como o pão
nasce da farinha:”.
Pergunto-me: sobreviveremos?