Mar de silêncios, mar de angústias, o nevoeiro
em surdas ondas insulou minha agonia...
A inglória viagem, não conclusa, se abrevia,
sem horizonte, sem motivo, sem roteiro.
Não mais clamor. Não msir rumor. Nem movimento.
A alma, aoncorada em bruma espessa, se intimida.
Velas sem vento, exausto leme... Nau perdida,
inerme e inerte ilha de dor, no mar nevoento...
Lento, o Silêncio, o incerto vulto apressa, vence-o.
E a nau dilui-se em surdas ondas sem espumas.
Não há náufrago. Nem clamor. No mar de brumas,
a Morte é apenas a outra face do Silêncio...
Do livro: "Veredas", Ed. do autor, 1957, PA