Guarda, para nós dois, o teu sorriso...
Impermeável ao pranto, estanque às penas
dalma, reserva-o, lúcido e indiviso,
íntimo só das emoções serenas.
Defende-o de ti mesma, se preciso.
Não, diluindo inquietações, apenas,
mas ouvidos cerrando às cantilenas
desta angústia em que aos poucos agonizo...
Desaprendi, há muito, o geste e o gosto
de sorrir. Eis porquê me atemorizo.
Mas, quando houver toda esta dor transposto,
talvez meu rosto, pálido e indeciso,
pssa aprender, de novo, no teu rosto,
o gesto, a graça, a bênção de um sorriso!