PUTO
ainda sinto
o gosto amargo
e doce
de tantas bocas
que beijei...
de lábios macios
e quentes...
A salobridade
do suor
dos corpos
que relaram
comigo nas camas...
Ainda ouço
o eco dos sussurros
das lindas palavras ouvidas
na hora da tesão,
para alguns
seriam obscenas e profanas
mas, para mim
eram declarações de amor.
Ainda, sinto-me
a degustar o sabor
daqueles corpos
divinos e malditos
que deixaram-me aqui
puto
poeta
da vida
a ejacular lembranças.
Hélio Costa
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