Somente a vidraça
da minha janela
é que me impede
de arrumar as malas
e fugir com as nuvens
pra chover com elas
onde quer que chovam.
Chover sobre a terra
penetrar o chão
ser depois sugado
depois virar seiva
virar folha flor
fruto.
Ser colhido
chupado ou comido
e voltar a ser
ao fim deste périplo
este mesmo ser
só que renovado.