Qual abelha rainha
A um simples zangão,
Tem-me, se me queres
E efaze de mim o que bem quiseres.
É tua a vontade minha
Estou todo em tuas mãos.
Vêm e me consome
Cumprindo nato o meu destino
Exaurindo-me as forças uma a uma.
Minha obra e existência se prendem a ti.
Servir-te e nada mais.
Sem ti a vida é puro desatino,
Fenecer no exercício desta sagrada função
Define o meu porvir.
Senão...
Se por desastre ou descaso do destino,
Ou por desinteresse teu
Ficar meu pobre ser à magem
Da tua voraz necessidade
Será minha vida pura miragem.
Nada me restará,
... senão...
Nada mais que um ser sem função,
Em verdade,
Para manter vivo um coração.
Do livro: "Error Errante", Casa do Novo Autor Editora, 1999, RJ