Tecidos necrosados balançam nas janelas
De uma penumbra apenas entrevista
Como fósseis, não sorriem
Como esteiras rasgam-se com lentidão
Sobre a caixa d’água, o desespero
Ensaia os passos de seu suicídio
A decomposição impõe seu nome
A todos os que se dignam a fitá-lo
As sirenes apitam: cinco horas
Nas bocas, nada mais que bacilos
No meio à avenida, o desespero
Espalha seus miolos violáceos
Pudesse o avanço da tarde
Frear toda e qualquer paciência
E os corpos se amontoariam pelas ruas