envelope de intentos
a bomba
assombra
o humano porte
e a própria morte
— envelope de intentos —
lança de mil gumes
malha de enganos
retalha
o canto
encanto
no bico do pássaro.
que fazes?
que dizes com teu corpo de estrondo
na manhã pasmada?
gota de inquietude
caindo
fração
eclosão
se nas bolsa dos valores
tuas ações baixaram todas as bandeiras?
brinquedo já heróico
trabalha na mão do menino
que verá sorver sua aflição de vida
prematuramente
na textura da morte
gargalha o gargalhar das sombras
a boca muda a pressentir
e vai por dentro mordendo
movendo
o que nào consegues mover
com suas garras e anseios universais
garganta
galope
incesto
invento
teu poder ressoa ante a negrura do forte
em que debitas tuas renúncias humanas
destroe que é tarde
a humanidade bateu sua última porta
a paz sentou-se na cadeira de voltas
e vai girar
e vai espreguiçar sua caveira
seus ossos
e vai dormir
e vai amar
e vai tentar
o último intento:
no sono
a sorte
a própria morte
e a outra paz.
Flora
Anita Pereira da Silva
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