casa
numa elíptica reta
um caracol dolente
ante esse sol monstruoso imparcial presente
consente
a si próprio que vá
e conte
nesse visgo jacente
nesse jardim crescente
sua história.
e segue.
como explicar a força que o repuxa para qual caminho?
embora a casa nas costas
— verdade silente aderente —
carregue em casta
e tente a casca remover
refeita a tem no celofane antigo
transparente embrulho que não vê
tantas vezes reciclado
ele vai
mas ela não sai
não deixa seu corpo
desenha um rastro luminoso em compassada espera
onde derrete o sulco o sumo o visco a vida
no aviso
que o tempo
não será fração
mas era.
Flora
Anita Pereira da Silva
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