Não há verdade mais insólita
do que
descobrir-se obsoleto,
De que adianta a modernidade instantânea e pronta pra consumo,
Apesar de moderno, básico, lógico gótico, pós-yuppie
ou zoompie,
Apesar de hollywood, sem sucesso,
Exctasy, rave e sexo,
O poeta estava errado, a cidade não é mais moderna
Do que a verdade virtual
Da internet na ponta do meu teclado,
E a aparência não mais predomina sobre o real
Não há mais real.
É assim, calado,
moderno e vazio.
Mas desesperado e só
Desesperado e só
Tão obsoleto
quanto possa ser
Tão obsoleto
que nem pude ver
O cianureto
À saída.