Subúrbios, subúrbios
das moças prendadas
que fazem bordados
e querem casar,
dos cães vira-lata
que latem à lua,
enquanto as galinhas
se deixam roubar.
Das ruas barrentas,
tão simples e humildes
que até nem o nome
se lê nos jornais,
e sobem ladeiras,
de noite sozinhas,
de cem em cem metros,
u, bico de gás.
Subúrbios do tempo
do chá-com-torradas,
sofá de palhinha,
xadrez e gamão.
Subúrbios temisos
dos trens atrasados
subúrbios pacatos
do meu coração!
Meu Deus, quem me dera
ir dar um passeio
com as vossas morenas,
cavar um namoro...
ir vê-las, aos pares,
domingo, na praça,
sorrindo pra gente
com um dente de ouro!
Ser noivo. No Méier,
ouvindo uma valsa
— o "Sonho de Valsa",
mimoso, sutil...
Ser meio mulato
mulato e foguista
da Estrada de Ferro
Central do Brasil!