Lá se o rio sai do leito,
no dia de inundação,
tu não podes do meu peito
sair fora, coração.
Vão do rio as grandes águas
inundando o campo infindo
como vão as minhas mágoas
para os meus olhos subindo.
O rio findando o inverno
sua antifa feição toma.
E tu vais rugindo eterno
coração que ninguém doma.
Se o desamor não toleras?
Não te entendo, coração,
tu vais rugindo, ererno,
entre as grades da prisão.
Coração, nem mais um salto,
fica já sossegadinho
não queiras subir tão alto
que te cansas no caminho...