Como eu queria a lua pura, como teto
por testemunha de um amor sem fim
dando às estrelas letras do alfabeto
ouvindo lendas com cheiro de alecrim.
Como eu queria ser a flor viçosa
que desabrocha na manhã, cedinho,
vestindo seda no seu corpo, airosa
mandando ao mundo recado de carinho.
Como eu queria sensação de paz ilimitada
um barco a navegar singrando os mares
um porto a me esperar na madrugada
e, alguém falando coisas, não vulgares.
Então, eu seria o pelicano emplumado
nadando livre, de uma, a outra margem
na firmeza de um gesto bem ousado
num desejo ardente de mensagem.