Comunhão

Ergue-me com teu desejo
para que eu penetre
em tua boca
um sonho férreo sereno.

Deixa-me, suavemente,
quedar a armadura
molhada do meu dorso
na plumagem do teu ventre.

Volvendo pescoço e tronco,
gire o fruto em tua boca
e descubra teu hirto fruto
com mostras de fogo e sombra.

As feras dos nossos dentes
acariciem-nos a carne,
brotando acesa nos lábios
esmaltada flor da pele.

Pedro Nicacio

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