CICLOS
Comecei a morrer quando nasci.
Uma morte lenta que dura
mais de meio século e anos.
Quanto mais vivo mais
morro
e assisto a terra
viver e
morrer num movimento
constante.
O mar, água
que nunca dorme,
fica em insistente
vigília
nos quatro cantos
do mundo,
como que devorando
a minha alma
numa seara sem fim.
Quando eu alcancançar
as encostas
de uma montanha escarpada,
talvez descanse e
possa dizer
que morri, deixando
para os outros o vale
da beira do rio de
onde nasci.
Fernando Tanajura Menezes
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