Lágrimas... Noutras épocas verti-as.
Não fui de olhar enxuto como agora.
Eu próprio então me aconselhava: "Chora
Que o pranto é un refrigério às agonias."
Ah! quantas vezes, pelas faces frias,
Melancolicamente, hora trás hora,
Gota a gota, rolando, elas, outrora,
Marcaram noites e marcaram dias!
Vinham do oceano da alma, estranho e fundo,
Quentes, num debulhar sincero e franco,
Mal reprimindo a minha angústia louca.
Nos olhos, hoje, as elimino e estanco.
Jorram, no entanto, sem que as veja o mundo,
Sob a forma de risos, pela boca!