Tardes cheias de paz e de melancolias!
Horas tristes do ocaso, em que o sol adomrece
E a natureza, em coro, ergue aos céus uma prece!
Tardes sentimentais de êxtase e nostalgias!
Poentes, surdas canções monótonas e frias,
Horas de bucolismo em que tudo se esquece,
Núncias da noite, irmã do mal, que do alto desce,
Lenta e lânguida, abrindo um pálio às agonias!
Só quem vos pode ouvir é o coração dos poetas,
Tardes de misticismo e sensações secretas,
Que refletis nos céus o fim das nobres vidas!
Em vós, ocasos de ouro, a alma dos velhos puros,
Como outro sol que desce aos báratros escuros,
Chora o choro de luz das ilusões perdidas!