Soneto
Bom Jesus, amador das almas puras,
Bom Jesus, amador das almas mansas,
De ti vêm as serenas esperanças,
De ti vêm as angélicas doçuras.
Em todas parte vejo que procuras
O pecador ingrato e não descansas,
Para lhe dar as bem-aventuranças
Que os espíritos gozam nas alturas.
A mim, pois, que de magos desatino
E, noute e dia, em lágrimas me banho,
Vem abrandar o meu cruel destino.
E, terminado este degredo estranho,
Tem compaixão de mim, Pastor Divino,
Que não falte uma ovelha ao teu rebanho!
Do livro: "Nova Antologia Brasileira", F. Briguiet &
Cia. Editores, 1961, RJ
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