Pássaro preso no bosque da Internet
Repete gestos de um voar em vão
Pousa na rede sua ingênua sede
De ser o branco do leite e o negro do carvão
Pássaro tesoura a recortar informes
Beijando flores de um ícone pagão
Apaga penas de seu dorso magro
Movimentos aziagos que ao largo se vão
Daqui e dali, inventivos vírus
Deletam hierógrafos em sutil combustão
Pobre pássaro que ao fugir do arquivo
Prende-se no visgo de sua solidão