Vai-se-me aos poucos apagando a vista:
Mal percebo os matizes do horizonte.
Tudo o que de perto aos olhos se me aponte
Vejo qual vejo o que de longe dista.
Perco os tesouros que a visão conquista,
Sentindo a treva, que me roça a fronte!
Mal posso o olhar diluir no olhar insonte
De meu filho, por mais que em vê-lo insista!
Cego!... Mas no país da primavera,
Quando em torno de mim, tudo é jucundo?!
Ah! Cumpre-se o fadário, que me espera...
Mas que me fique na pupila, ao fundo,
O meu lar, entre o verde e o azul da Esfera,
Como última lembrança deste mundo!...