Deste meu coração, senhora minha,
Faze um barquinho e rema-o mar em fora,
E quando, em cima, aparecer a aurora,
Vai pelas ondas, como a alga marinha.
Vai... e repara se te segue alguma
Vaga ondulante como o teu cabelo,
E se a espuma, que passa, alma de gelo,
Não te confunde com qualquer espuma.
E assim vogando sobre o cacto rubro,
Como o luar dentro do sassafrás,
Risonho e lindo todo céu de outubro,
Entre grupos de pérolas, verás,
E das ondas ao manso borborinho,
Fitando a triste e fria solidão,
Ouvirás, entre os ecos do caminho,
As harmonias do meu coração...