Sinto que nesta vida tudo passa
Correndo num galope desabrido,
O tempo é o caçador, eu sou a caça,
Tolo, por caçador me tenho tido.
Penso tragar o vinho com tal graça...
Nesta ilusão sou eu o iludido
E o que resta no fundo desta taça
Parece não formar qualquer sentido,
Pois se tanto bebemos deste vinho,
Por ele nós é que somos sorvidos.
Também é o destino em torvelinho
Que nos arrasta desapercebidos,
Julgamos conhecer nosso caminho,
Estando a cada instante mais perdidos.