Oh! Rainha dos Céos estremecida!...
Formosa Estrella que ilumina a Vida!...
Alegrai-vos Senhora! Bello e forte
Eis que ressurge, vencedor da morte,
— Aquelle que do céo, remir-vos veio
E que trouxeste no amoroso seio!
Glória nos altos céos! Paz e ventura
Na Terra a toda humana creatura!
Alleluia!
Cessa a tormenta: à noite escura e fria
Sucede bello e radioso o dia;
Acalma o rouco dos seus fulgores,
Da primavera ao riso brotam flores...
Cantai, ó Céos! Na Terra repercuta
A voz celeste que Maria escuta:
Alleluia!
Longa noite de enfermo agonisante,
E que sente partir-se a cada instante,
da vida o fio que lhe resta ainda,
fora da Virgem a agonia infinda...
Mas Elle vive, oh! mãe! alvorada,
Vinde escutar-lhe a doce voz amada!
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Vós que estendeis um coração materno,
Soltai o brado de prazer eterno:
— Alleluia!
Vencera o Mal: a luz formosa e clara
Da treva o negro império se curvara;
Pois morrera como um faccinoroso
Da cruz pendente o — Todo Poderoso!...
E emquanto exulta o Mal feroz, insano,
Funda angústia lacera o peito humano...
Mas Jesus traz-lhe, na ressurreição,
— Vida, prazer e luz — a salvação!...
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Alegrai-vos, Senhora; cesse o pranto
Aos sons divinos do celeste canto
— Alleluia!...
Da Revista: "O Lyrio" nº 16, fevereiro
de 1904, Recife/PE