Fumega o chá na fina porcelana
está sentado à mesa o Mandarim,
fitando nos painéis do camarim
o encantador perfil de uma serrana.
Fora, uma estrepitosa caravana
vem despertando a plácida Pekim.
E dos mimosos lábios de carmim
desata uma canção gentil cigana.
Chega à varanda o jovem Magistrado,
afasta o reposteiro adamascado
e sentiu que amaria essa menina.
Quis a gitana predizer-lhe a sorte:
— N’alma do Mandarim deixou a morte!
Partiu, cantando, decifrando a sina!...
Da Revista: "O Lyrio", nº 17, março
de 1904, Recife/PE