Álvares de Azevedo
À MINHA MÃE
A viração que brinca docemente
No leque das palmeiras,
Traga à tu’alma inspirações sagradas,
Delícias feiticeiras.
A flor gentil que expande-se contente
Na gleba matizada,
Inveje-te a tranqüila e leda vida,
Dos filhos sempre amada
Só teus olhos roreje délio pranto
De mística ternura;
Omo silfos de luz cerquem-te gozos,
Enlace-te a ventura!
Os filhos todos submissos junquem
De rosa tua estrada;
E curvem-te os espinhos sob os passos
Da Mãe idolatrada!
Tais são as orações que aos céus envia
A tua pobre filha;
E Deus acolha o incenso, embora emane
De branca maravilha!