Ao violinista F. Moniz Barreto Filho
Era do céu, à luz da lua errante,"No teu arco prendeste à eternidade!"
Tobias Barreto.
Moema triste, abandonando os lares,
Cindia as vagas dos cerúleos mares
Te erguendo ao longe, ó peregrino infante!Lá dos jardins sob o vergel fragrante,
A sombra dos maestros, sobre os ares,
Ouvias das estrelas os cantares
— Aves d'ouro no espaço cintilante.Mas quando o gênio teu se alteia aflito,
Da alabastrina luz à claridade,
Lançando flores, lá do céu proscrito,Pasma Bellini; e em meio à imensidade
Diz a lua suspensa no infinito:
"No teu arco prendeste a eternidade!"Castro Alves